2013-12-18

PJ PERDEU A MÃO NO SEGUNDO HOBBIT... / PJ "LOST HIS HAND"* ON THE SECOND HOBBIT...

... e agora é Sir Peter Erchamion.
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... and is now Sir Peter Erchamion.
* In Portuguese, "perder a mão" [losing one's hand] is an idiom for "losing your skill".

2013-12-17

SE VOCÊ NÃO CONHECE THE NOTION CLUB PAPERS... / IF YOU DON'T KNOW THE NOTION CLUB PAPERS...

The Notion Club Papers é um romance que Tolkien não chegou a concluir. Fala das reuniões do fictício Notion Club em Oxford, cujas atas teriam sido encontradas no meio de papel descartado, em 2012! Note que JRRT escreveu esta obra nos anos 1940; ela foi publicada postumamente em Sauron Defeated, um dos 12 volumes de The History of Middle-earth. Há um bom comentário no link abaixo.
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The Notion Club Papers is a novel which Tolkien did not get around to finishing. It talks about the meetings of the fictitious Notion Club in Oxford, whose minutes were said to have been found among waste paper in 2012! Note that JRRT wrote this work in the 1940s; it was published posthumously in Sauron Defeated, one of the 12 volumes of The History of Middle-earth. There is a good commentary at the link below.

http://notionclubpapers.blogspot.co.uk/2012/07/a-companion-to-jrr-tolkiens-notion-club.html

2013-12-13

UMA CRÍTICA À DESOLAÇÃO DE SMAUG DE PETER JACKSON

Se os filmes do Senhor dos Anéis deram ao espectador uma razoável ideia do conteúdo do livro, o mesmo não pode ser dito dos filmes do Hobbit. E na Desolação de Smaug isso é ainda mais verdadeiro que na Jornada Inesperada. Já foi suficientemente criticada – ao tempo do primeiro filme – a decisão de Peter Jackson, de transformar um livro curto numa trilogia cinematográfica do mesmo tamanho que O Senhor dos Anéis, obra literária bem mais volumosa. Agora, no módulo central, fica bem mais evidente a intenção de rechear a tela de material que nada tem a ver com a obra original de Tolkien. Se a intenção real foi fazer de um negócio lucrativo um negócio ainda mais lucrativo, outros poderão dizer. Mas a suspeita é inevitável.

Justiça seja feita: o design visual de PJ continua espetacular como sempre. As paisagens – em que pese já serem naturalmente lindíssimas na Nova Zelândia – enchem os olhos. Os cenários são tão repletos de detalhes, e tão verossímeis, que nos permitem imergir na Terra Média sem qualquer esforço. A Cidade do Lago é muito coerente com o desenho feito pelo próprio Tolkien. Seu ar de cidade outrora próspera e agora decadente, dominada por um Mestre aristocrático (na pior acepção da palavra) e habitada por um povo sem esperança, convence à primeira vista. Também sentimos que estamos presentes nos próprios salões subterrâneos de Erebor, com seus vastíssimos tesouros e sua arquitetura plena de inscrições (e desenhos um pouco art déco).

Smaug, no filme, é de fato “o Magnífico”: o dragão do filme tem presença, peso e volume, articulações e movimentos realistas, detalhes e texturas... e inteligência – mais ainda, esperteza. Seu diálogo com Bilbo é provavelmente o ponto alto do filme, como foi a disputa de adivinhas com Gollum no primeiro.

Temo que o espectador menos familiarizado com a obra de J.R.R. Tolkien saia da sala de projeção com uma impressão errada da narrativa do Hobbit, e por extensão da obra de Tolkien como um todo. Temo também que pense que JRRT foi o precursor do vídeo-game, especialmente no que este apresenta de movimentos fulminantes e acrobáticos, pancadaria frequente... quem viu o Legolas do Senhor dos Anéis sabe do que estou falando, mas na Desolação de Smaug ele (e Tauriel, sua parceira romântica enxertada na narrativa) elevam isso ao cubo. E sem justificativa nenhuma, já que seus adversários são bandos de orcs que tampouco aparecem no livro.

Em suma, A Desolação de Smaug deixou-me um tanto desolado. É extremamente vistoso (no verdadeiro sentido), mas sacrifica a fidelidade a JRRT diante de uma estética adolescente de violência coreográfica e da introdução de personagens e temas estranhos, em detrimento de outros que poderiam – deveriam! – ter sido mais bem explorados (penso especialmente no episódio de Beorn). Quase se perdeu uma ideia importante, que é o crescimento de Bilbo ao longo da demanda (em espírito e mentalidade, não em estatura). Se o terceiro filme da série trouxer um final digno – penso na negociação engendrada por Bilbo antes da batalha, na morte de Thorin, no inesperado retorno a Bolsão – Peter Jackson poderá redimir-se deste filme, menos maduro que o livro infanto-juvenil que o originou.

[ Sim, estou de volta... por algum tempo. / Yes, I'm back... for some time. ]